quinta-feira, 22 de outubro de 2020

RECICLAGEM E ARTE

 Fazendo uma análise em alguns trabalhos e preocupação com o desperdício de material e o meio ambiente, no fundo venho  aproveitando os resíduos desde os idos anos 70 quando minha família e eu produzíamos trabalhos em couro para a Feira Hippe, eu utilizava os pequenos retalhos de couro e camurça para confecções de cintos e colares. 

Como artista plástica e artesã e tive a oportunidade de me expressar de uma forma onde me senti mais realizada , pude unir a "arte" com a "resíduos", e foi em um desses momentos e estando na Cidade de Goiás em frente a Igreja do Rosário  observando  a escultura da "carregadeira" senti inspiração em criar algo com "resíduos" uma obra que  pudesse para representar e  homenagear as tão úteis e nobres mulheres negras e esquecidas por tantos onde serviram, obedeceram, contribuíram com o desenvolvimento do nosso Estado de Goiás onde sangue de espancamentos verteram de seus corpos, suor lavaram seus corpos pelo cansaço das subidas e descidas das ladeiras ao buscarem água no Chafariz com seus potes de barro, lágrimas de dor na alma, do corpo e coração devem ter derramado dos seus grandes e negros olhos sobre as pedras ardentes por onde seus pés passavam, também muitos risos, cantos com suas lindas e melodiosas vozes devem terem sido ecoadas pelos largos e verdes campos. 

Assim nasceu a "Carregadeira".



Essa peça foi criada a partir do descarte do frasco de detergente, preenchido com areia para pesar e daí é partir para a criação, modelagem do corpo, cabeça, criação dos cabelos, braços e o pote de barro, tudo usando o papel machê bem rústico para combinar com a pintura Naif que sou apaixonada. Sem falar que cada peça é única. 


E foi assim a CARREGADEIRA foi selecionada para participar do catálogo Brasil Original Artesanato em 2018 - Sebrae-Go. 

Ao Sebrae-Go meus sinceros agradecimentos, senti-me muito honrada e agradecida pelo reconhecimento do meu trabalho. Agradeço ao admirável e competente Consultor e Analista de cultura Décio Coutinho, um dos maiores e mais respeitado nome em cultura no Estado de Goiás e porque não dizer da América Latina. Décio tem um extenso currículo, dentre eles Estudou Culture na instituição de ensino University of Girona.




A peça “CARREGADEIRA” foi criada e desenvolvida com o olhar de homenagear as mulheres no sentindo de serem como as formigas, sempre correndo, com os braços cheios de amor para abraçar, carregar os filhos, levar o alimento para o lar, Independe de ter espaço ou força, sempre a mulher consegue uma forma de acomodar mais uma sacola, acolher, acalentar em seu colo e coração os que necessitam de sua ajuda.

É uma menção às carregadeiras da Cidade de Goiás, onde essas fortes mulheres supriam o Palácio Conde dos Arcos e outras lares.

“Construída em 1772, entre o Rio Vermelho e a Estrada Real, a Fonte da Carioca foi a primeira fonte pública de água potável construída na cidade de Goiás. A fonte foi o principal ponto de encontro dos moradores da antiga Vila Boa de Goiás, dos viajantes e tropeiros que chegavam pela Estrada do Nascente. Ali se encontravam diariamente as carregadeiras de água, as lavadeiras, os tropeiros, a criançada ou quem necessitasse de água, fossem livres ou escravos. A Fonte da Carioca sempre foi um lugar intimamente atrelado às atividades cotidianas da comunidade vilaboense.”

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/872



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